26 de set. de 2011

p*&@#, Merda!

Era uma tarde quente e úmida, quando eu passei caminhando apressada por uma praça, queria terminar as tarefas já atrasadas de tanto adiar, nem queria passar pela praça, mas a falta de vagas para estacionar me obrigou.
Tarde, quente, úmida, praça... E senti aquele cheiro de bosta de pombo...
E me passou um filme pela cabeça... Abraços, dias, noites, brigas, beijos, e era como se eu estivesse caminhando com pressa não mais para chegar logo ao outro lado da praça, mas para escola de inglês do outro lado do bosque e sem merda no cabelo ou na roupa.
Quantas vezes eu não tive vontade de sair de casa com um guarda chuva só pelas pombas, ou de ir pela catedral pra não passar pelo bosque ao entardecer... Mas de repente me parecia mais longe pelo outro caminho, e eu sempre me esquecia do guarda chuva, sempre atrasada...
Quantas noites passando pelo calçadão, sendo lavado por caminhões pipa e aquele cheiro subindo mais com a umidade...
Como nos dias em que saia de branco para a clínica, andando devagar para não escorregar na merda que formava uma camada espessa no chão.
Passando pela concha acústica e quase pisando nas pombas cagonas, que de tão acostumadas com o vai-e-vem de humanos, nem saem mais do caminho... até duvidaria que com aquele tamanho de frango conseguissem voar, se não sentisse que a merda vinha do alto.
Até pra sentar nos bancos tinha que competir com as carimbadas branco esverdeadas, ou forrar o banco.
Dois anos e meio voaram até a copa das árvores infestadas de passáros, e eu senti saudades...
Saudade de sentir cheiro de merda de pomba todos os dias, e de pragueja-las...
Aqui as andorinhas da rodoviária não tem um cheiro tão marcante... E ainda assim eu acho um espetáculo a revoada dos bandos até os postos para mirar nossas cabeças