26 de fev. de 2009

Qual é a música

lá vou eu dissecar algumas músicas, tá, criticar algumas músicas...
acho pertinente, coisas que muita gente canta, acha lindo, bonitinha, legal, mas nem parou pra pensar no que as letras dizem, e, às vezes, até concordariam comigo de que não fazem muito sentido... e não vou falar de Tati Quebra Barraco, e tampouco de Borboletas do Victor e Léo [essa ainda terá sua chance]


ícone da 'Zeca-feira' Zeca Pagodinho [sugestiva alusão =P], que pra mim, só de ser ícone da 'Zeca-feira' já é um bom motivo pra que eu não goste dele... mas não vem ao caso hoje...

Deixa a vida me levar

[...]Agradecer e ser fiel ao destino que Deus me deu
Se não tenho tudo que preciso
Com o que tenho, vivo
De mansinho, lá vou eu
Se a coisa não sai do jeito que eu quero
Também não me desespero
O negócio é deixar rolar
E aos trancos e barrancos, lá vou eu
E sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu
E deixa a vida me levar (vida leva eu)

um claro hino à acomodação, não precisa nem pensar a respeito, está explicito, o cara não faz nada na vida dele, do jeito que estiver, tá bom, ele se acomoda, e 'é feliz' com o 'destino que Deus lhe deu'... pô, nem vem, tu é um preguiçoso, e não se da o incomodo de se incomodar com isso... se é seu jeito de levar a vida, tudo bem, não tenho nada a ver com ela... mas se você, siiim, VOCÊ que tá lendo canta isso e acha o hino à felicidade, reveja seus conceitos, e se quiser continuar cantando, cante! [eu que não cantava essa música nem por engano, agora então]


a segunda é, na verdade, só uma pequena nota, só para registrar meu devaneios enquanto ouço músicas, uma do Rei, Roberto Carlos, que eu confesso, tive contato através do Jota Quest

Além do horizonte

Além do Horizonte
Existe um lugar
Bonito e tranqüilo
Prá gente se amar...

meu conceito de 'horizonte' é: uma linha que se afasta quando você se aproxima... você já pode ter visto alguém ao horizonte, mas nunca vai se ver lá, a não ser que tive uma fotografia, e assim, horizonte pode ser exatamente onde você está, depende do ponto de referência...


e, pra encerrar com chave de ouro, desculpas Renato, Faroeste Caboclo...

Na sexta feira ia pra zona da cidade
Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador
E conhecia muita gente interessante
Até um neto bastardo do seu bisavô
Um peruano que vivia na Bolívia
E muitas coisas trazia de lá
Seu nome era Pablo e ele dizia
Que um negócio ele ia começar
E Santo Cristo até a morte trabalhava
Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar
E ouvia às sete horas o noticiário
Que sempre dizia que seu ministro ia ajudar

diz que o cara vai pra zona da cidade, gastar dinheiro, nãoo, ele não vai lá só conhecer pessoas interessantes, todas as sextas-feiras, e não lá, uma vez por mês, depois o dinheiro não da pra ele comer [?]
tá legal, não é só porque o rapaz não é bem favorecido financeiramente que ele só deve trabalhar e comer, faz parte do bem estar do seu humano se divertir, ter momentos de laser, mas quando o ilustre, magnífico, fantástico, explendido [.....] genial Renato Russo coloca "até a morte trabalhava Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar" eu subentendi que comer era prioridade para o dinheiro do João, sei lá, talvez seja minha alma burguesa falando, mas manter o corpo abastecido é um dos pré-requisitos [como é, tem hífen?] para se cogitar sair da casa santa sexta-feira pra ir à zona, antes também de comprar a ração do cachorro, do gato, do passarinho, a garrafa de velho barreiro... [ou talvez eu tenha q rever meus conceitos] {[tá, na letra não diz que ele tem cachorro ou bebe velho barreiro, talvez seja 51 mesmo]}


tá, eu critiquei grandes compositores, mesmo que eu não goste de um deles, e de três eu só não gosto mesmo do primeiro. e também não vejo com simpatia alguém, que, por ventura, me faça criticas tão rudes e de maneira tão ironica, mas se até eu, quando releio velhos textos que escrevi, tantas vezes os acho ridículos.. então, vai, atirem suas pedras

20 de fev. de 2009

Aponta pra fé e rema


Porto: do Lat. portu
s. m.,
lugar reentrante na costa do mar ou junto à foz de um rio, onde os navios podem fundear;
lugar onde se embarca ou desembarca;
fig.,

lugar de refúgio ou de descanso.
Porto Seguro: Município situado no extremo sul da Bahia, estando localizado no Nordeste brasileiro.
Porto seguro nas metáforas das relações humanas, algo parecido com o termo que consta no dicionário, com as devidas personificações, alguém que serve de apoio, abrigo, popularmente, um auxílio e proteção perante dificuldades.
Poeticamente, lindo, daria um ótimo [com o perdão da ironia] poema meloso-de-orkut de menina-de-quinta-série-que-vive-em-contos-de-fadas, na prática é uma canoa furada, se responsabilizar pelas feridas alheias, ser apoio nas tempestades, agüentar a força das ondas sobre si, mas, e quando vier a bonança?
Portos não se movem, e os barcos, que foram feitos para navegar, se vão. O pier continuar lá, apenas com o desgaste da maré em si, e só.
Sinceramente, eu não quero um 'porto seguro' para mim [eu quero sim ir à Porto Seguro]. Eu não vou parar de remar, quem sabe, alguém para remar comigo... Eu já tenho minhas âncoras, já tenho pessoas que me ajudam, mas que não ficam para trás com a calmaria. Algumas pessoas nos fazem de porto sem que a gente perceba, mas não preciso dizer que eu não vou me propor a ser 'porto seguro' de ninguém como se isso fosse apenas uma linda poesia, não é?! Eu não sou apenas um amparo. Quem quiser, tenho remos disponíveis. [com o perdão das metáforas]

Don't take away my shine, My shine is all I have, My heat, my love, my beauty and my glad

9 de fev. de 2009

Noite sem dormir

Eram duas e quarenta e dois da madrugada quando ela pegou a lanterna estrategicamente deixada no criado de cabeceira e saiu da cama. Apesar da noite quente de verão, calçou as pantufas para que o pisar ficasse mais silencioso. Foi ao banheiro, abriu a torneira e deixou que um cintilante fiapo de água escorresse, acendeu a luz, e fechou a porta, tudo apenas para, no caso de alguém na casa despertasse, atrair a atenção e imaginasse que era apenas uma ida noturna ao banheiro, e foi em direção ao quarto de estudos, com a lanterna calculosamente com as pilhas fracas para que não emitissem luz além da necessária pra que ela se guiasse pelo já tão conhecido caminho na própria casa, abriu a porta do guarda roupas e tateou por cima da pilha de livros que ele guardava até encontrar o que queria.
Voltou para o quarto já sem cuidado nenhum, aturdida pelo que viria a seguir, já tinha o que queria em mãos, a caixa de lápis de cor. Fechou a porta atrás de si, acendeu a luz, sentou na cama e pôs-se a desenhar.
São assim todas suas madrugadas de insônia, com todos os elementos e cores preparados e esperando ansiosos por elas.
Começo a desconfiar que a ânsia dos lápis coloridos e dela de preencherem a folha branca em mil tons que tem lhe tirado o sono com mais freqüencia.