A lista de objetivos e resoluções de ano novo jazia no post it colado na parede defronte à escrivaninha. Já se fixava com auxilio de um pedaço de durex, pois o adesivo dos lembretes já havia cedido há alguns meses. Continuava ali na esperança vã de que fosse lembrado em algum outro momento ao longo do ano.
Daqueles objetivos separados em duas categorias nomeados por ícones desenhados, indicando, basicamente, objetivos da alma e do corpo, até agora, nenhum realizado. Pensando bem, nem inédita a lista era, só mudavam as construções das frases, de ‘emagrecer 5 quilos’ para o começo do ultimo ano, para ‘emagrecer os 5 quilos que ganhei esse ano’ no final dele, no saldo, 10 quilos que lhe pesavam mais a consciência que a própria balança da farmácia na esquina, da qual já até cortava caminho. Ao lado das pequenas listas cheias de mudanças utópicas houve, por um tempo, um programa de dieta e exercícios, que foi retirado para dar lugar a algum aviso de compromisso da faculdade, ou de um filme na televisão que não queria perder, nem lembrava mais.
A relação dos hobbies era mais deprimente, tantas coisas que davam prazer em serem feitas, tão animadoras, mas que eram deixadas de lado em troca de horas dormindo no sofá da sala, ‘dormir menos e melhor’ outro item deixado de lado. Ela era estranha mesmo, enquanto a maioria dos universitários com a quantidade de coisas que ela tem pra fazer se priva de sono e sonhos, ela dorme bastante, até demais, e tem pesadelos. O que lhe custou mais um ano longe do objetivo sonhado ao entrar na faculdade, a formatura.Queria tocar violão, queria decorar seu quarto, montar álbuns de fotos fora do computador, reformar seu guarda roupas com o que ela já tinha, levar a diante o antigo projeto secreto. Queria.
Quis tanto.
Há um ano
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